quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Novos tempos


Marcelo Sayão | EFE
Vivemos novos tempos em terras tupiniquins. O povo brasileiro, antes acomodado, acordou. Milhares manifestações foram, e ainda são, vistas por todo Brasil. As pessoas foram para as ruas reivindicar seus direitos, melhoras na saúde, no transporte, na educação, etc. Os políticos perceberam a força do povo e é possível notar que os atos nas ruas derrubaram alguns projetos de lei e que podem muito mais.
No Rio de Janeiro, manisfestantes ocupam há um tempo a rua do governador Sérgio Cabral. "Pobre" Cabral, pediu em nome dos filhos que tal protesto acabasse, "pobres" crianças, que não tem culpa do pai que tem.
Que orgulho desses "novos tempos", desses "novos brasileiros".



(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Já no futebol, vivemos a era das novas arenas, dos consórcios administrando estádios construídos com dinheiro público, em sua maioria. Era dos preços exorbitantes, da exclusão da classe pobre do espetáculo do futebol.  Não serei hipócrita, sempre defendi uma modernização nos estádios, no futebol, mas vendo o que se tornou, já não possuo a mesma opinião. Hoje, o ingresso mais barato no "New Maracanã", "Arena Leblon", chame como quiser, é de cem reais a inteira (preço do clássico entre Flamengo e Botafogo no último dia 28). 
Alguns explicam tal absurdo alegando que é um incentivo ao sócio torcedor, que no caso anterior chegou a pagar vinte e cinco reais no ingresso. Outros alegam que é a política da meia entrada que é falha, ou as gratuidades. O fato é que sempre tivemos isso tudo, e sempre conseguimos colocar nos estádios pessoas das mais variadas classes sociais. Como explicar para um cidadão comum, que ganha um salário mínimo por mês, que se ele tirar quarenta reais por mês, no cartão de crédito (??), ele terá desconto no ingresso, sendo que antes ele simplesmente escolhia o jogo que queria ir e pagava dez ou vinte reais para entrar?

Os clubes têm poder suficiente para confrontar as decisões do consórcio. É só se espelhar no exemplo dos "novos brasileiros", e quem tenhamos nesses novos estádios lugares para classe A até a "classe Z". E que voltemos a ter como hábito nos nossos domingos frequentar o estádio Jornalista Mário Filho. Um lugar democrático, aonde se reuniam lado a lado, o pobre e o rico. 

Ah, que saudade dos velhos tempos de Maracanã.


Por Felipe Exaltação.

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